PÓS-FLIARAXÁ ENCERRA ATIVIDADES MESCLANDO LITERATURA, MÚSICA E TEATRO
- Redação
- 24 de mai. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 19 de out. de 2021
Obras das escritoras Maria Lucia Alvim, Clarice Lispector e Cecília Meireles inspiram trabalhos

Foto: Espetáculo Iso[lamento]
Para encerrar o Pós-Fliaraxá, evento que promove atividades que dão continuidade à nona edição do Festival Literário de Araxá, realizado em 2020, serão apresentadas quatro atrações teatrais e musicais em consonância com o universo literário, no mês de junho. Inspirados nos poemas de Maria Lúcia Alvim, ocorrerão as performances “Afeto”, no dia 2 de junho e “Iso[lamento]”, no dia 16. As montagens foram concebidas e dirigidas pelos artistas e produtores culturais Caio Ranieri e Pedro Lima. No dia 9 de junho, estreia o espetáculo musical “Ou isto ou aquilo”, contando a história e os poemas de Cecilia Meireles; e no dia 23 de junho, as ações do Pós-Fliaraxá se encerram com o musical “A mulher que matou os peixes”, que expõe a vida e obra de Clarice Lispector. Nos musicais estão em cena os artistas William Bruno, produtor musical, compositor e instrumentista; Fabiô, compositor e cantor; Daniel Souza, contrabaixo, violão e voz; Mateus Pereira, percussão e efeitos; e crianças cantoras do Estúdio Música 441. Todos as apresentações têm duração de cerca de 20 minutos e irão acontecer de forma on line, sempre às 19h, às quartas -feiras (2,9,16 e 23/6), com acesso gratuito pelo canal do Youtube do Fliaraxá – www.youtube.com/fliaraxá.
O IX Fliaraxá tem patrocínio da CBMM e o apoio cultural do Itaú, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, da Secretaria Nacional de Cultura, do Ministério do Turismo.
Teatro literário
“Afeto” apresenta uma história com toques mambembes e interioranos, unindo elementos românticos num cenário poético que aborda as faces mais primitivas até as mais contemporâneas do amor, em meio aos enlaces do fio da vida e as tramas dos nossos encontros e desencontros. Inspirado pelos poemas “XX Sonetos”, “Pose”, “Romanceiro de Beja”, “A Rosa Malvada” e “Batendo Pasto”, de Maria Lúcia Alvim, a peça explora a contemporaneidade do amor por meio de uma costura de sonetos que formam o ponto de partida para a dramaturgia da esquete.
Iso[lamento] tem um conceito atual que caminha pelo bloqueio psicológico, físico, da liberdade de expressão, a educação ultrapassada das novas gerações, as sensações da pandemia e fator tempo em nossas vidas. Inspirado pelos sonetos de Maria Lúcia Alvim, “Mágico Desafio” (Pose,1968), “Poema Saturniano XVII” (XX Sonetos, 1959), “Dança dos Espíritos Beatos” (A Rosa Malvada, 1980) e “Tímida Confidência de Um Poema” (Pose, 1968), a peça procura mostrar o quanto estamos presos dentro dos nossos sentimentos, angústias e problemas. O que resta de cada de um de nós? Ou o que será da gente amanhã? Uma semente é plantada. Só resta esperar os frutos.
Maria Lúcia Alvim, poeta mineira, publicou seu primeiro livro em 1959, o ‘XX Sonetos’, que recebeu o prêmio da Gazeta de Notícias. Autora também dos livros ‘Coração Incólume’ (1968), ‘Pose’ (1968), ‘Romanceiro de Dona Beja’ (1979) e ‘A Rosa Malvada’ (1980). A partir dos anos 80, Alvim se afastou da literatura. Em 2020, ela foi reinserida no cenário literário após ser descoberta uma obra sua, engavetada há mais de três décadas, pelos poetas Guilherme Gontijo Flores e Ricardo Domeneck, que publicaram-na no livro “Batendo Pasto”, (Relicário). No dia 3 de ferreiro de 2021, aos 88 anos, a escritora se despediu uma vítima da Covid-19.






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